sábado, 17 de março de 2012

Até sempre Bolota

Como já tinha referido, num post anterior, o meu gato, o Bolota, tinha uma doença cardíaca de nome Cardiomiopatia Hipertrófica. Para quem não leu o post e desconhece esta doença aqui escrevo um breve resumo: É uma doença hereditária, normalmente diagnosticada aos 6 anos de idade do felino. Sendo uma doença cardíaca, afecta o coração não permitindo um batimento cardíaco normal, mas sim um excessivo aceleramento fazendo com que o próprio coração ganhe mais massa muscular para que este consiga "apanhar" a pedalada do bombeamento do sangue para o coração. Consequências:  Menor espaço nos ventrículos para o sangue circular, inibição de exercício físico e grandes probabilidades de tromboses, tromboembolias (causadas pelos trombos levando a paralisação dos membros posteriores) e morte súbita. 

Com muita tristeza e amargura minha, o Bolotinha faleceu no passado dia 22 de Fevereiro em consequência de uma tromboembolia que o paralisou os membros posteriores e tirou-lhe a vontade de lutar pela a vida. Foi um caso de excepção, pois a Cardiomiopatia Hipertrófica foi-lhe diagnosticada aos 6 meses de idade, não aos 6 anos e era medicado todos os dias. Mas é uma doença silenciosa e as suas consequências são súbitas e inesperadas. 

Foi um gato profundo, vibrante, rebelde, puro, muito teimoso, guloso, brincalhão, mau caçador mas um brilhante acrobata e malabarista...era traiçoeiro quando lhe convinha e tão malandreco! Só esteve cá em casa 3 anos, e esses três anos pareceram uma eternidade, aproveitou-os até ao último momento, até na hora da partida quis vir morrer a casa e morreu numa madrugada nos nossos braços a debater-se do cansaço e da doença. 
Mudou a maneira de ser de cada um de nós cá de casa. Evoluiu e fez-nos evoluir.  Para mim quando veio cá para casa acalmou-me, ajudou-me a equilibrar os meus pensamentos e sentimentos menos positivos, ensinou-me a acalmar e a desfrutar cada gesto, cada carícia cada rebeldia que ele fazia. Todos os dias lhe sussurrava às suas orelhitas que o amava profundamente e sempre que o fazia recebia uma lambidela na bochecha como se ele me retribuísse esse amor que eu lhe revelava.  

E é assim que o recordo, a dar-me carinhos no meu colo, dando-me beijinhos nas bochechas com a sua língua áspera. 

Sempre soube que eras especial e sempre tive a certeza que me amavas tanto como eu te amo a ti. 
Até sempre honey, que a Luz esteja contigo!

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