quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Informações sobre mamíferos

Os primeiros vertebrados, tal como os primeiros povoadores do mundo, eram seres aquáticos. Só gradualmente se foram originando, num longo processo evolutivo, as estruturas e adaptações que vieram a permitir a vida em terra firme. O primeiro passo foi dado por alguns peixes que podiam sair da água por breves momentos, mas mais notória ainda foi a adaptação dos anfíbios, capazes de passarem muito tempo fora de água, da qual, todavia, estão amplamente dependentes durante as épocas de reprodução e desenvolvimento das larvas. Já nos anfíbios as barbatanas tinham dado lugar às quatro extremidades características dos vertebrados que se deslocam no solo.
Depois, com os répteis, surgiu o ovo capaz de se desenvolver longe da água, visto o embrião se manter num líquido, espécie de meio aquático interno, contido no próprio ovo. A partir dos répteis, diversificaram-se, por um lado, as aves, com as extremidades anteriores transformadas em asas e senhoras do ar, e, por outro lado, os mamíferos, capazes de transportar e alimentar o embrião durante o seu desenvolvimento pré-natal e senhores absolutos da terra firme. Mas os mamíferos, cujo processo evolutivo começou há aproximadamente 60 milhões de anos, não se cingiram ao povoamento da terra.

Apareceram posteriormente mamíferos voadores, muito semelhante a aves, e outros aquáticos, que nos casos extremos de adaptação apresentam notáveis convergências com os peixes.
Competindo com estes, vertebrados aquáticos por excelência, e modificando-se a sua anatomia e morfologia à medida que se adaptavam ao meio aquático, prematuramente abandonado e agora de novo colonizado, os mamíferos chegaram também a ser os senhores do mar, contando-se entre os mamíferos marinhos o maior vertebrado que jamais existiu no planeta: a baleia-azul.

Para viver com êxito no mar bastaria, indubitavelmente, ser como os peixes. Mas, quando os peixes tivessem ocupado todos os nichos ecológicos compatíveis com o seu nível de organização, só novas formas estruturais ou novos nichos ecológicos permitiriam que outros seres o povoassem.
Para que hoje haja no mar focas e morsas, baleias e manatins, foi necessário que nalguns peixes tivessem surgido as extremidades para se deslocarem e os pulmões, transformando-se, com estes órgãos, em anfíbios; alguns libertaram-se da água quando apareceu o ovo amniótico e, outros - os répteis - adquiriram mecanismos de termorregulação do corpo; noutros surgiu a cobertura de pêlos, as mamas e a placenta, com o que se transformaram em mamíferos e nalguns destes, através da longa história da vida terrestre, modificaram-se as extremidades, tornando-se novamente semelhantes a barbatanas, e a cobertura de pêlos e todos os processos fisiológicos adaptaram-se à vida na água.

São mamíferos marinhos - embora alguns representantes vivam nos estuários e penetrem nos grandes rios - um mustelídeo ( a lontra-do-mar ), todos os pinípedes ( focas, morsas e leões-marinhos ), sirénios ( manatins e dugongues ) e cetáceos ( baleias, cachalotes, golfinhos, toninhas, roazes ).

Todavia, nem todos estão igualmente adaptados à vida no meio líquido e a sua dependência da terra varia desde a lontra-marinha, que passa a vida muito perto da margem, embora mal a frequente, até os Sirénios e Cetáceos, que nunca abandonam a água.
Os Pinípedes, intermédios, podem passar grandes temporadas sem sair da água, onde inclusivamente dormem, mas estão dependentes da terra firme para a reprodução, a muda e o desenvolvimento nas primeiras idades.

Além dos problemas respiratórios, que os mamíferos marinhos resolvem aspirando, de uma ou de outra forma, o ar atmosférico à superfície, a manutenção da temperatura do corpo é uma das maiores dificuldades que o mar apresenta para um animal homeotérmico, ou seja, de sangue quente. Os mamíferos marinhos possuem espessas camadas isolantes, geralmente de gordura, com excepção da lontra-marinha, cujo material isolador é o pêlo.

Sem comentários:

Enviar um comentário