terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Abissínio - Animal da semana

Gato por lebre

Pelo sim, pelo não — Cor em circuito alternado
Um dos traços mais característicos do Abissínio é a pelagem agouti ou ticking, marcação da pelagem, na qual cada cerda apresenta duas ou três faixas de tonalidades distintas, alternando o claro com o escuro, dominando este na extremidade, o que lhe confere uma tonalidade inconstante e tão atraente, tal como acontece com os coelhos e as lebres.

Puro mistério
Falar da origem a raça é entrar numa teia de suposições. O seu nome sugere que seja oriundo da Abissínia, território africano hoje ocupado pela Etiópia. Mas esse poderá ser o primeiro erro em que se incorre, já que neste país não há registo nem vestígios de gatos com as suas características. Há ainda quem defenda que vem da Índia ou, pelo menos, do continente asiático. Teoria que ganha força dada a existência de gatos semelhantes em algumas zonas da Ásia e Eurásia. Mas também noutras zonas de África se conseguem encontrar parentes do Abissínio, sendo este gato muito semelhante ao gato sagrado do antigo Egipto, figurando em representações egípcias da época faraónica, pelo que o mistério se adensa. Certo é que esta é uma das mais antigas raças de gatos do mundo.

A lenda de Ramsés II
Conta-se em poucas linhas mas confere algum colorido à linhagem deste gato. Reza a crença que o faraó do Egipto Ramsés II, por gostar da estirpe de gatos daquele reino vizinho, ou por necessitar de reforçar o número de gatos nos seus silos, terá pedido ao rei da Abissínia alguns dos seus gatos, o que fomenta a teoria de que a raça se terá desenvolvido nas margens do Nilo. Sem prejuízo para o romantismo da lenda, o mais seguro, será não embarcar nela sem mais considerações.

O reinado de Zula
Dados os becos sem saída do seu passado, avancemos no tempo, onde o piso se torna mais seguro. Zula, o primeiro gato a apresentar a típica pelagem do Abissínio, é levado, de facto, da Etiópia, para a Grã-Bretanha por Sir Robert Napier, em 1867. É apresentado ao público em 1871, no Crystal Palace, em Londres, onde suscita interesse, pelo menos de G. Stables, que, desde 1874, se dedica ao estudo da raça, a qual é reconhecida em terras de sua majestade em 1882 e o seu apuramento é feito através de cruzamentos com o British Shorthair. Aos Estados Unidos da América chega já em 1910, sendo reconhecido além Atlântico sete anos depois.

Toca o sino
O seu miado, tímido e discreto, assemelha- se ao som produzido por um pequeno sino, o que contrasta com a exuberância do seu temperamento curioso, extrovertido e brincalhão e com a sua energia e necessidade intrínseca de actividade física e mental. Já sabe, para este atleta com ímpetos de caçador, brinquedos são obrigatórios ou mesmo outros gatos com quem interagir, até porque são muito sociáveis entre si e com os humanos e mesmo com cães, além de que odeiam estar sozinhos. Ao dono, dedicam-se sem reticências, principalmente se este tiver um espaçoso jardim onde se possa exercitar.

Muito in
São in…dependentes e in…teligentes, pelo que aprendem com rapidez e interesse. O que acaba por perceber pelo movimento das suas grandes orelhas, expressivas e empinadas e pelo brilho dos seus olhos amendoados. Estes vão do amarelo e âmbar ao verde, e são sempre de cor intensa.

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