terça-feira, 25 de agosto de 2009

Poção mágica

Na selva, os sapos são magos

Nova família de venenos (a N-methyldecahydroquinolines) foi identificada em sapos venenosos da Amazónia. Era sabido que estes sapos e rãs, que por norma ostentam garridas cores, são venenosos, pelo que, há muito as suas secreções eram utilizadas na ponta das flechas dos índios, as quais visavam o mesmo propósito dos animais que as produzem: dissuadir e neutralizar possíveis adversários e predadores. O que o estudo traz de novo é a classificação de um desses venenos, desconhecido até à data. Para a produção destes líquidos letais, os animais utilizam os cerca de 500 alcalóides, substâncias potencialmente tóxicas, que existem na sua pele e que terão origem na dieta dos animais, suspeitando-se que a sua principal fonte sejam as formigas de que se alimentam.

Pinguins na vanguarda, uma verdadeira lição de vida!


Casal gay adopta cria

Dois pinguins Humboldt machos, a sua relação homossexual e um ovo abandonado.
Estes os três vértices de uma história bem actual. O casal não hesitou em chocar, à vez, o ovo e, quando este eclodiu adoptaram a cria — que havia sido rejeitada pelos progenitores biológicos — como qualquer outro casal hetero. A Natureza é prodigiosa em histórias que nos ensinam verdadeiras lições de vida, mas neste caso, o Homem deu uma ajuda. O caso teve lugar no Zoo de Bremerhaven, na Alemanha, onde os responsáveis decidiram dar uma oportunidade a Z e ao seu companheiro Vielpunkt, após terem sido vistos a tentar chocar uma pedra. A cria, entretanto nascida, faz as delícias dos 'pais' que a tratam com todo o zelo. Casos idênticos já haviam sido observados nesta espécie de pinguins oriunda da faixa costeira do Chile e do Peru, o que levou aquele zoo alemão a testar, em 2005, a orientação sexual desta espécie, cuja população tem vindo a diminuir, fruto da dificuldade de acasalamento.
Mitos e Verdades
Pobres gatos pretos...
Já ouvi falar que muitos são adotados ou pegos nas ruas para que se fizessem trabalhos como macumbas com esses animais em dias como hoje.Muitos "abrigos" de animais não fazem doações de gatos, principalmente os pretos, em datas próximas às 6ªs 13 para que esse tipo de crueldade seja evitada.Lindos, amorosos e brincalhões como todos os outros, porém descriminalizados por conta de uma lenda ultrapassada e que ainda faz muita gente acreditar que são animais amaldiçoados. Já não bastasse todos os preconceitos que os bichanos sofrem.Creio que essa data devesse lembrar o cuidado com os animais, algo como uma remição por todos os abusos e desrespeitos que os gatos já sofreram.

"Sexta feira 13? Dia internacional do gato preto"!

Como treinar o seu gato a andar de trela

Leve-o a passear em segurança

— Compre uma coleira com apoio peitoral onde seja possível prender uma trela.
— Não a coloque logo no gato. Utilize-a como mais uma distracção e deixe que ele brinque primeiro com ela.
— Inicie o treino antes da hora da refeição, que é quando o gato estará mais receptivo a acatar ordens.
— Coloque-lhe a coleira e a trela. O mais certo é que ele esperneie loucamente tentando livrar-se dos 'adereços'. Não interfira até que se acalme. Aproveite para verificar se ele consegue mesmo escapar da coleira e da trela. Caso ele consiga, faça os ajustes necessários.
— Dê-lhe, então, de comer.
— Mantenha-o com a coleira e até com a trela, e deixe que ande livremente com elas durante mais algum tempo, entre uma a três horas, mas sempre vigiado para evitar acidentes, caso a trela fique presa nalgum móvel.
— Repita a operação antes de todas as refeições do seu gato até que ele se habitue e deixe de estranhar.
— É altura de agarrar na trela e fazer com que o gato o acompanhe, andando a seu lado, ainda dentro de casa.
— Tranquilize-o com palavras de encorajamento.
— O passo seguinte é guiá-lo até à rua. Caso o animal nunca tenha saído de casa e se sinta desconfortável, não o force à primeira.
— Os primeiros passeios devem repetir-se três a cinco vezes por dia e não exceder os cinco minutos.
— Não espere que ele acompanhe o seu passo junto a si, como se treinam os cães. Respeite a natureza curiosa e arisca dos gatos e deixe que seja ele a marcar o passo. Não o force a nada.
— A cada regresso a casa, premeie-o com comida ou uma gulodice. Ele passará a associar as saídas às recompensas e começará a gostar da ideia de sair à trela.
— Percorra sempre o mesmo trajecto, para que ele se sinta à vontade.
— Pegue-o ao colo de vez em quando, principalmente em trilhos novos para o animal.
— Nunca afrouxe a pressão na trela, para que ele não fuja quando se sentir assustado. — Nunca largue a trela.
— Nunca puxe a trela com força. O pescoço dos gatos é bem mais frágil do que o dos cães além de que não ganha nada em irritá-lo.

Como dar banho ao seu cão

Dar banho ao cão
Uns adoram água, mas para outros o banho é um suplício. Habitue-os desde cachorros a manter os hábitos de higiene e decida qual a frequência com que eles devem acontecer. Aqui explicamos-lhe como fazê-lo.Altura do primeiro banho O primeiro banho pode ser dado às seis semanas, mas recomenda-se que aconteça apenas aos dois meses de idade. Se o cachorro apenas tem as patas, cauda ou barriga sujos, limite-se a lavar-lhe essas partes e lembre-se de que deve mantê- lo seco e quente durante as horas seguintes.Frequência do banho Sempre que o animal estiver sujo, caso o animal viva dentro de casa. Importa saber que em muitas raças, principalmente quando os animais vivem no exterior, a gordura que a própria pele segrega para o pêlo, ajuda a mantê-los impermeáveis durante o tempo frio e húmido e não convém inibir essa protecção natural.
Como dar-lhe banho

1 — Coloque-lhe bolas de algodão nos ouvidos para evitar a entrada de água
2 — Molhe o cão delicada mas abundantemente com água morna, começando pela cabeça
3 — Aplique pequenas quantidades de champô próprio para cães e ensaboe-o da cabeça para a cauda
4 — Lave-o bem entre os dedos, atrás da orelhas e sob o queixo
5 — Enxagúe-o bem com água tépida
6 — Remova o excesso de água com uma escova plana ou com uma luva e seque-o com uma toalha. Nos meses quentes, deixe que se seque ao sol, caso contrário mantenha- o abrigado e quente até que seque por completo. Nalguns casos, um secador de cabelo numa velocidade baixa pode ser um bom amigo
7 — Limpe-lhe as orelhas com algodões embebidos em óleo mineral o que ajuda a prevenir alguns tipos de parasitas nas orelhas

Cuidados a ter
— Não deixar que o champô vá para os olhos do animal
— Não deixar que a água lhe entre nos ouvidos
— Não utilizar champôs que não sejam especificamente indicados para cães

Centro veterinário de luta contra o cancro

Edimburgo um passo à frente
As mais recentes terapias veterinárias na luta contra o cancro estarão disponibilizadas no novo Centro de Estudos Veterinários da Royal Dick School em Edimburgo, na Escócia. O centro será dirigido pelo professor David Argyle que apresenta o projecto como sendo detentor dos mais sofisticados procedimentos de diagnóstico e terapias para animais que incluem radioterapia. A necessidade de um centro médico desta natureza, o primeiro em toda a Escócia, é justificada pelas estatísticas: um em cada três cães e um em cada cinco gatos desenvolverá algum tipo de cancro, sendo uma das principais causas de morte nos animais domésticos. Felizmente, novos e mais eficazes tratamentos têm sido desenvolvidos.

Domésticos & Selvagens

O início de uma bela amizade

Uma Equipa de cientistas suecos, alemães e russos descobriu que há um conjunto de zonas genéticas que determinam a domesticidade dos animais, ou seja, se são ou não susceptíveis de ser domesticados. Daí que haja animais que sempre interagiram com o Homem, ou que, ainda que através de pouco contacto, seja possível domar, e outros com quem nunca nos foi possível estabelecer laços. Quem sabe este não seja o início de uma bela amizade com animais até agora demasiado selvagens, muitos dos quais acabam por se extinguir.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

PPA - Partido pelos animais

Encontrei este folheto informativo no veterinário perto de mim. Achei o assunto bastante interessante e quis partilhá-lo.
É o seguinte:

Vamos dar voz aos animais. Ajude-nos a fundar em Portugal um partido que defenda os direitos dos animais.

Precisamos de juntar 7500 assinaturas.
Somos um grupo de cidadãos que pretendem fundar em Portugal um Partido de Defesa dos Animais, a exemplo dos que já existem em vários países estrangeiros, porque consideramos que respeitar a dignidade dos animais é uma obrigação do ser humano no seu actual patamar de desenvolvimento, mas também a base de um modelo de sociedade melhor.

Precisamos de 7500 assinaturas de cidadãos eleitores para formalizar a nossa inscrição junto ao tribunal constitucional. A assinatura não vincula o signatário ao PPA e não é mais do que um gesto de cidadania que permitará a um grupo de cidadãos criar um partido que lute pelos direitos dos animais num país onde estes são "coisas" perante a lei e onde o seu sofrimento é consentido, banalizado e até celebrado.
Um partido que seja a voz de quem diz Basta! A voz de quem diz que chega de desculpas, chega de adiar, chega de ignorar. Há que mudar este estado de coisas. Se não agora, quando?
Não fique indeferente. Eles dependem de si.

Indicações importantes:
A assinatura da ficha não vincula o signatário de forma alguma ao PPA.

O número de eleitor poderá ser obtido no site http://www.recenseamento.mai.gov.pt/. Esse dado poderá mesmo ser deixado em branc, pois poderemos acrescentá-lo posteriormente através da consulta desse mesmo site.
É essencial que todos os outros dados sejam preenchidos correctamente.
Para mais informações, fichas de assinatura e outras formas de colaboração entre em contacto connosco.
Tlm: 910241737

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Animais de Companhia - Pulgas à distância!

Parasitas e hospedeiros

Onde há um cão ou um gato, pode haver pulgas. Há, pois, que prevenir, desparasitando o animal e o ambiente.
As pulgas são o parasita externo mais comum em cães e gatos. Agarram-se à pele e sobreivem alimentando-se do sangue do animal.

Cada pulga fêmea coloca várias centenas de ovos, os quais num curto espaço de tempo- 21dias, atingem o estado adulto. O risco de infestão para o animal, para o ambiente e para o dono é, pois, elevado.

No animal, a picada da pulga pode causar dermatite alérgica, uma reacção à "saliva" do parasita; as pulgas podem também ser ingeridas quando o animal se coça e transportar para o intestino outros parasitas.

O ambiente doméstico também não está a salvo. Na maioria das vezes, a pulga deposita os seus ovos no hospedeiro, mas como estes são completamente lisos, acabam por cair no chão. Os ovos penetram profundamente nas fibras das carpetes e nas frestas do chão. No exterior, os ovos das pulgas fixam-se no solo.

Sem sombra de pulgas

É fundamental prevenir e combanter a infestação por pulgas, o que passa por cuidados com o animal e com o ambiente.

A desparasitação externa do animal deve:

  • Iniciar-se entre as seis e as oito semanas de vida;
  • Realizar-se ao longo de todo o ano e não apenas na Primavera e Verão;
  • Recorrer a produtos com acção desparasitante como coleiras, champôs, pós, sprays, solução para banho ou para unção localizada (spot on) adequados a cada animal (idade, peso, raça).
A desinfestação do ambiente requer:
  • Aspirar os espaços mais frequentes pelo animal;
  • Lavar a cama do animal com àgua bem quente e um pouco de detergente ou lixívia;
  • Aplicar um desparasitante adequado (pó ou spray) tendo especial atenção aos locais menos acessíveis ao aspirador, como os rodapés ou atrás dos móveis e electrodomésticos;
  • Renovar diariamente o caixote de areia, no caso do gato, e remover dejectos no quintal ou outros espaços que o animal frequenta;
  • Usar sempre luvas na limpeza do habitat do animal;
  • Lavar as mãos após contacto com o animal.
São pulgas?
Os excrementos de pulga confudem-se com pequenos grãos de areia. Para tirar as dúvidas, remova alguns e coloque-os num algodão embebido em àgua oxigenada; se se dissolverem, deixando um halo acastanhado à volta, é sinal que o animal está infestado.











domingo, 2 de agosto de 2009

Cardiomiopatia Hipertrófica (CMH) - Doença que pode afectar o seu gatinho

Só o nome da doença assusta, pelo ar pomposo e algo difícil de pronunciar. Significa apenas coração (cardio), doença muscular (miopatia), anormalmente espesso (hipertrofia). Traduzindo, esta doença provoca o espessamento das paredes do ventríloco esquerdo do coração. É diagnosticada quando se excluem outras causas possíveis de hipertrofia, como sejam o hipertiroidismo, hipertensão, que pode estar associada a problemas de insuficiência renal, arritmias ou ainda outras doenças mais raras.
Ao ouvir-se falar da CMH surge imediatamente a raça Main Coon. Não por ser mais afectada que as outras (até gatos sem raça podem padecer da enfermidade), mas pela simples razão de que nos anos 80 um veterinário americano estudou a doença e a sua transmissão genética numa colónia de gatos desta raça. Tudo indica que, tal como no caso humano, a doença seja transmitida da mesma maneira para todos os gatos.
A CMH é transmitida hereditariamente através de um gene dominante que sofre uma mutação. Esta mutação vai provocar a produção deficiente de proteínas contrácteis, necessárias ao bom funcionamento do miocárdio, que para compensar as produz em excesso, provocando assim o progressivo espessamento das suas paredes.
No geral, a doença manifesta-se em gatos jovens, isto é, com menos de 5 anos. No entanto, pode ocorrer mais tarde ou até mesmo nunca se manifestar, uma vez que pode surgir com diferentes graus de intensidade.
A CMH pode ter sinais muito variados, entre os dois extremos de não haver sinais ou ocorrer morte súbita. Entre estas duas situações podem surgir anomalias respiratórias, ritmo cardíaco acelerado, ruídos cardíacos estranhos por auscultação, paralisia das patas traseiras, desmaios e outros menos evidentes.
A forma mais efectiva de diagnosticar a doença seria através de exames genéticos ao gene que sofre a mutação. Infelizmente, no momento presente este gene apenas foi identificado para a raça Main Coon, sendo possível fazer este exame na Universidade de Washington. Espera-se, com os recentes avanços na investigação veterinária, que este exame possa ser estendido a outras raças e generalizado em todo o mundo.
No momento presente, a melhor forma de diagnosticar a CMH é através de uma ecocardiografia com doppler, uma vez que esta revela quer a estrutura física, quer a funcionalidade dinâmica do coração. Sendo que nos estágios iniciais a doença manifesta poucos sinais de alteração no miocárdio, é de toda a conveniência que o exame seja feito por um veterinário com muita experiência em cardiologia. Paralelamente devem ser efectuados exames a possíveis causas de hipertrofia que não a CMH.
Todos os gatos aos quais for diagnosticada a doença devem ser afastados das linhas de criação. Tratando-se de um gene dominante, 50% da descendência de um progenitor doente terá também a doença e consequentemente também a transmitirá. Os descendentes de um casal de negativos são gatinhos saudáveis e que não transmitem a doença a futuras gerações. Daí a importância de todos os gatos reprodutores serem testados.
No mesmo sentido, todos os gatos que sofram morte súbita e tenham deixado descendentes devem ser submetidos, não apenas a uma necrópsia, uma vez que este exame não distingue os vários tipos de hipertrofia, mas também a um exame histológico às células cardíacas, já que só assim se pode concluir definitivamente se se trata de CMH ou não. Esta distinção é de extrema importância uma vez que apenas a hipertrofia causada por CMH é hereditária.
Referências:
Mark Kittleson, Rebecca Gompf, Susan Little. Feline Hypertrophic Cardiomyopathy: Advice for Breeders. Janeiro 2006.
O meu gato tem esta doença. Como já foi dito, costuma diagnosticar por volta dos 5 anos, mas a do meu gato foi diagnosticada quando ele tinha 7 meses. O seu veterinário ficou muito surpreendido, porque era o seu primeiro caso num gatinho muito jovem e de raça comum. Mas felizmente tivemos sorte!
O meu gatinho é medicado todos os dias com um comprimido que ele tanto adora (chega a esconder debaixo da lingua e deitá.lo para o chao quando nao estamos lá por perto!) e até agora nunca teve nenhum ataque ou algum sintoma da doença. Simplesmente tem o ritmo do coração mais acelarado do que um gato normal, mas garanto-vos, que é um gatinho muito feliz e rebelde!!



Matar por luxo

Introdução
O Homem sempre matou animais. Tradicionalmente, matava por necessidade alimentar e de vestuário, mas o esqueleto do animal também proporcionava utensílios domésticos, joalharia e outros ornamentos. Nada era desperdiçado.
Hoje em dia, vários milhões de animais são mortos, todos os anos, não para fornecer a comida necessária à sobrevivência, mas para abastecer o lucrativo mercado do luxo. Alguns animais são abatidos para serem usados em símbolos de uma posição social abastada ou para favorecer uma imagem de virilidade; mas que preço pagam os animais, para satisfazer esta vaidade humana? Alguns animais são retirados do seu habitat e criados em cativeiro, exclusivamente por causa da sua pele, do seu pêlo ou do aroma que produzem.
Será uma maneira aceitável de obter um produto animal? Em certos casos, é o próprio acto de matar que se torna um luxo.
Muitos dos animais comerciados no mercado dos artigos de luxo foram de tal modo reduzidos em número que estão ameaçados de extinção. Manifestamente, têm de ser protegidos. Mas, por vezes, surge um dilema: quem deverá ter prioridade?
Os povos nativos que precisam de matar para sobreviver, ou as espécies raras? Para controlar o comércio mundial de produtos animais, foi assinada em Washington, em 1973, a Convenção sobre Comércio Internacional de Espécies de Fauna e Flora Ameaçadas.
Todavia, apesar disso, muitas espécies são abatidas e comerciadas ilegalmente. Algumas, tais como elefantes e rinocerontes, correm perigo de desaparecer totalmente. A marta marinha, caçada por causa da pele, extinguiu-se. Quantas mais espécies desaparecerão antes de nos convencermos de que a matança tem de parar?
Durante as primeiras seis semanas de vida, a cria da foca-da-Gronelândia apresenta uma pelagem extremamente apreciada. Todos os anos, dezenas de milhares de crias eram espancadas até à morte por caçadores comerciais da Terra Nova e da Noruega.
Em 1968, uma manifestação pública de repúdio conduziu, eventualmente, à proibição de importação de peles de foca, por parte dos países da CEE. Essa proibição praticamente eliminou o mercado.
Os Esquimós (Inuit) também matam focas por causa da pele. Parte da sua subsistência depende dessa caça tradicional. Porém, como a caça é considerada cruel, têm sido feitos apelos para que lhe seja posto fim.
A caça às peles
Por trás da fachada elegante da indústria de peles, que movimenta rios de dinheiro, está a triste realidade da matança. Todos os anos, milhões de animais, apanhados em armadilhas, sofrem uma morte lenta e dolorosa. Ficam presos pelas patas, pescoço ou tronco, em armadilhas de metal ou nós corredios.
Os animais permanecem na ratoeira cerca de 15 horas, antes de serem estrangulados ou mortos à paulada. Um lince-do-Alasca esteve com a pata presa numa armadilha durante seis semanas. Conseguiu manter-se vivo tanto tempo porque outros animais do seu grupo familiar lhe levavam comida. As armadilhas são cegas.
Muitos outros animais, tais como águias, corujas, cisnes e animais domésticos, são apanhados, mortos e rejeitados. Na gíria do comércio, estes animais são “lixo”.
Nas terras confinantes com o Árctico, as pessoas dependem da caça às peles como meio de subsistência. Muitas temem que uma proibição do uso de armadilhas possa afectar gravemente os índios canadianos isolados e as comunidades Inuit desta área. Outras acham que a utilização de armadilhas se justifica porque mantém sob controlo a população de animais produtores de peles.
Alguns países condenam o uso de armadilhas e, contudo, importam peles. Por exemplo, dos milhões de peles importadas pela Grã-Bretanha todos os anos, muitas delas são de animais selvagens apanhados por armadilhas de guindaste, mecanismos que foram banidos na Grã-Bretanha, em 1965, depois de um relatório do governo as ter descrito como “instrumentos diabólicos que causam um sofrimento incalculável”.
A moda das peles
Nos Estados Unidos, apesar das campanhas contra a caça às peles, o comércio retalhista triplicou durante a última década, envolvendo dois biliões de dólares. A moda masculina é responsável por grande percentagem desse aumento. Cada vez mais pessoas têm possibilidades de comprar peles verdadeiras e caras e não têm problemas morais em fazê-lo.
A armadilha mais utilizada nos E.U.A. é o guindaste para aprisionar os animais pelas patas. As mandíbulas de metal soltam-se e cerram-se quando o animal pisa o mecanismo de disparo.
É como se a porta de um carro se fechasse sobre a nossa mão. Frequentemente, a carne da pata do animal é cortada e o osso partido. Às vezes, o animal, rói a própria pata, numa tentativa para se libertar.
Milhares de raposas são mortas, em toda a Europa. Muitas são apanhadas em armadilhas e envenenadas ilegalmente pelos chamados “bicheiros”. Por engano, são apanhados muitos texugos, que são animais protegidos.
Criação de animais de pêlo
A maioria das peles não provém de animais selvagens, mas sim de “fazendas” de criação de peles onde grandes quantidades de animais, como a marta, a zibelinha e a raposa, são criadas em pequenas jaulas. A criação de animais de pêlo é um grande negócio. Na Finlândia, por exemplo, existem 6.500 “fazendas” destas. As maiores produzem mais de 46.000 peles de raposa e 500.000 de marta, anualmente.
Na última década, a produção quadruplicou, apesar das pressões exercidas pelos apoiantes das campanhas contra o uso de peles. O facto é que, na maior parte do mundo, um verdadeiro casaco de peles ainda é considerado um símbolo de posição social. No Texas, vêem-se pessoas a usar peles caríssimas, mesmo em dias quentes de Verão.
Nas regiões do Norte, contudo, as peles ainda são consideradas a melhor protecção contra o frio.
Os criadores de animais de pêlo acham que a sua actividade constitui o aspecto aceitável da indústria de peles. Advogam que os seus animais gozam de excelente saúde e vivem em boas condições. Se assim não fosse — dizem — as peles adquiririam mau aspecto e perderiam valor.
Os animais são mantidos em jaulas pequenas com fundo de arame e não lhes é permitido saírem delas, pois os criadores temem que os animais sujem ou danifiquem as peles, caso os deixassem à solta. Não obstante, as peles acabam por ser danificadas devido a lutas, contaminação pela urina ou má nutrição, o que origina enormes perdas financeiras para as “fazendas”.
Nem sequer os animais confinados a jaulas permanecem intactos. As martas são agressivas e mordem-se umas às outras. Por vezes, são vítimas de canibalismo.

"Nunca consegui realmente entender a ideia de que vestir a pele de um animal morto seja atraente. Não tenho absolutamente vontade nenhuma de usar peles e nunca possuí alguma. Gostaria sempre mais de ver a pele no próprio animal."
Marie Helvin, Modelo

Por exemplo, as marta das “fazenda” são mortas por gaseamento, injecções letais ou electrocussão. Afirma-se que a morte é imediata, mas isso não foi ainda provado.
A Vicunhas são uma espécie de lama e encontram-se no Chile e no Peru. Em tempos eram abundantes, mas o seu número foi consideravelmente reduzido depois de os invasores espanhóis as terem começado a matar por causa da sua lã, extremamente apreciada. Os Incas (o povo que habitava o Peru, antes da chegada dos Espanhóis) tosquiavam as vicunhas sem as matar. Actualmente, a caça e abate de vicunhas para extracção de lã está proibida. Pelo contrário, as manadas são levadas para ranchos protegidos, nas montanhas.
Na linha de fogo
Muitos dos grandes predadores da natureza transformaram-se em vítimas. Os caçadores furtivos abatem a tiro, capturam com armadilhas e envenenam alguns dos animais mais raros do mundo, apenas para fornecer casacos de peles exclusivos para o mercado do luxo. As peles dos felinos malhados, por exemplo, atingem altos preços e isso encoraja a caça ilegal. Por vezes, o comércio legal ainda piora as coisas. É permitida a venda de peles de espécies protegidas, declaradas antes da introdução de restrições. Este comércio legal muitas vezes esconde a caça furtiva e transacções ilegais. Por exemplo, vários felinos malhados da Índia, tais como o leopardo das neves — “Uncia uncia”, são ilegalmente abatidos por membros de tribos nómadas. Os animais são abatidos nos Himalaias e as suas peles são contrabandeadas em Kashmir, ou vendidas com peles legalmente adquiridas. Posteriormente são traficadas na Europa e no Japão.
Noutras partes do mundo, os ursos polares, lobos, cangurus, tigres, focas e zebras, perdem as suas peles em favor dos caçadores. Até as peles do extremamente raro panda gigante, o próprio símbolo da conservação, têm sido descobertas no comércio ilegal que se efectua desde a China até Taiwan.
Todos os anos, os mercados legais de peles da Europa transaccionam 700.000 peles de animais selvagens, sendo dois terços constituídos por peles de pequenos felinos malhados. O mercado ilegal poderá ter dimensões maiores. Os comerciantes descobriram mil e uma maneiras de dissimular a fonte e o destino das peles ilegais, canalizando-as para terceiros países onde lhes são facultados documentos de comércio internacional legalizado. Este processo é chamado “lavagem”.
Outros modos de enganar o sistema incluem declarações falsas dos nomes das espécies, do país de origem e do fim a que se destina a importação. Há alguns anos, um grande carregamento de peles de chita foi interceptado no aeroporto Kai Tak, de Hong Kong, num voo vindo da Suíça. A remessa estava etiquetada como “marca italiana”.
"Já não comemos os miolos de outras pessoas para adquirir sabedoria; seremos ainda tão primitivos que tenhamos de usar peles de animais para alcançar a beleza?"
Joanna Lumley, actriz e escritora
A chita é ainda é um alvo da caça ilegal. Restam cerca de 25.000; contudo, todos os anos são comerciadas 5.000 peles.
Muitos dos felinos malhados estão inteiramente protegidos, o que não impede que casacos sejam feitos com as suas peles. Estão à venda peles de leopardo da África e da China, de pantera nebulosa da Ásia, de ocelote, jaguar, gato marsupial e margaí da América do Sul.
Todas elas se podem encontrar nas lojas elegantes de Munique e Tóquio. Um ano após a proibição de peles de felinos malhados do Paraguai para a Alemanha Ocidental, foram transaccionadas 95.000 peles.

Micheal BrightNatureza em perigo – Matar por luxoPorto, Edinter, 1989
Excertos adaptados